O ar nos ponteiros

Quando sento a cadeira, ainda fria, o conforto me vem. Silêncio, calma. Mas o ar logo começa a esfriar. Se comprimir aconchega, “não chegue para lá com a mão, menina!” Se um bilhete passa, logo o ar cessa. A mão percorre o rosto quente, e ele avermelhado logo mostra a exatidão do desconforto. Esquenta, esfria, esquenta, esfria. É casaco que vem, casaco que foge pela mão ansiosa de quem sente calor fervente. Se queres tudo, nada tens. Chega aos extremos, os ponteiros arrastados, as palavras lhe cansam e tudo mais parece doer.

~ por vivendoenaoaprendendo em 18/06/2009.

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